Após meses de pouca dedicação para a casa e para a família, decidi (sob pressão - confesso) deixar o trabalho e descansar um pouco e curtir o que deixei em segundo plano há 8 meses...
Neste dia me programei para cuidar de mim e ajeitar as coisas em casa na parte da manhã e na parte da tarde passear com o meu filho no shopping e levá-lo ao cinema pela primeira vez.
Passeamos, comemos...
...Eu estava tão ansiosa que foi difícil esperar aqueles longos 30 minutos para ver a reação dele... E com certeza a ansiedade era só minha.
A primeira reação foi de repulsa, de negação. O ambiente era iluminado com pouca luz. Quem conhece o
Cinemark Alphaville sabe bem oque estou dizendo.
Após comprar os comes e bebes, tentei me dirigir até a sala onde passaria o filme. Ele travou no lugar e não queria mais entrar, coloquei a pipoca numa sacola, a bolsa dele num braço, a Coca numa mão e ele no meu colo, ficou mais calmo até chegarmos na porta, após certa dificuldade, no que eu a abro e ele visualiza aquele corredor escuro, entra em pânico, corre pelo corredor desesperado pedindo pra ir embora, dizendo não e não. Im-plo-ran-do... Eu via o desespero no rostinho dele, parecia que estava num corredor de tortura e que todo mundo queria fazer mal pra ele, inclusive eu. Sim! Porque ele se sentia coagido, tentando fugir... Quando ele descobre a direção da saída, ele começa a correr, correr e olhar para trás para não me perder de vista. Foi triste. Triste de ver - eu fingia que não via para ver se ele voltava para trás.
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Fui em sua direção na tentativa de pegá-lo e voltar à bilheteria para resolver a situação do reembolso do gasto com o filme (que não vimos -
Reino Escondido). Ele ficou com medo de mim... Ele andava mais rápido, as pessoas que o via achavam que ele estava sozinho, perdido. Dois seguranças do shopping tentaram cercá-lo, ele tentava desviar... Até que perceberam que eu estava correndo atras dele... De cócoras, olhando no olho dele eu perguntava "porque vc está fazendo isso? Olha pra mim! Porque vc está fazendo isso?" e ele só respondeu: "-Eu não gosto do cinema"...
De tão nervosa que eu estava, eu não sabia o que sentir... eu queria rir, eu queria chorar, eu queria brigar com ele, bater nele, mas queria abraçar, proteger, pedir desculpas, tudo misturado...
Aos poucos tudo foi se acalmando, voltamos à bilheteria, resolvi o "prejuízo" e voltamos para casa com essa experiência horrível.